sábado, 19 de março de 2016

322 - Livros Sobre as Parábolas de Jesus. Luise Schottroff; Joachim Jeremias; Gottfried Brakemeier.

As Parábolas de Jesus - Uma nova hermenêutica
Luise Schottroff

Neste livro Luise Schottroff desvenda o contexto histórico-social das parábolas de Jesus. Mostra de que forma a compreensão tradicional das metáforas leva a equívocos e torna evidente o conteúdo libertador da doutrina do Mestre quando esta é compreendida segundo o sentido original: mensagem oral que tem por base as reais condições de vida, que conta com a interação das ouvintes e dos ouvintes.


Luise Schottroff estudou na Universidade de Göttingen e se formou em 1969: quatro anos depois ensinava em Mainz. Um veto ao ensinamento pesou sobre ela no início da sua carreira universitária que depois, porém, resultou na cadeira de Novo Testamento de 1986 a 1999 em Kassel.
Luise Schottroff lecionou também em Berkeley e pesquisou a história social do primeiro cristianismo, a teologia feminista, foi ativa no diálogo judeu-cristão e premiada com diversos prêmios e títulos honoris causa. As suas numerosas obras versam sobre Paulo, as parábolas de Jesus, as mulheres do cristianismo primitivo. Faleceu no dia 8 de fevereiro de 2015.
O prof. Milton Schwantes falava muito bem da profa. Luise Schottroff, ele me contou que assistia as aulas de Luise Schottroff no período de seu doutorado na Alemanha, o Milton me disse que certo dia quando assistia a aula do prof. Günther Bornkamm sobre o Novo Testamento, ouviu de Bornkamm o seguinte comentário: “Schottroff é uma mulher que não sabe muito bem o que diz”, segundo Milton era grande a disputa entre os teólogos daquela época.
Editora Sinodal
304. pg.
15X22


As parábolas de Jesus
Joachim Jeremias

As parábolas de Jesus têm duplo lugar histórico: o lugar original de todas as palavras de Jesus e o lugar determinado pela vivência na Igreja das origens. Nessas condições é necessário buscar a figura original, tendo-se em conta as várias leis da transformação: os desvios de sentido, enriquecimentos desnecessários, diferenças de ouvintes. O autor procura responder qual é o sentido original das parábolas de Jesus.

Editora Paulus
240. p.
13X20










As parábolas de Jesus - Imagens do reino de Deus
Gottfried Brakemeier

A leitura da Bíblia oferece muitas janelas para vislumbrar a Boa-Nova que Jesus trouxe para orientar a vida de pessoas e comunidades. Uma dessas janelas são as muitas parábolas que estão registradas nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Elas revelam aspectos e conteúdos do reino de Deus. Para o autor deste livro, Gottfried Brakemeier, as “parábolas de Jesus pertencem ao patrimônio cultural da humanidade”. E por isso elas não perdem a atualidade com o passar dos anos e das gerações de pessoas e comunidades cristãs. 
As parábolas de Jesus trazem em seu interior uma ou mais novidades que nos ajudam a compreender os ensinamentos acerca do significado do reino de Deus e de nossa relação e atitude com essa grandeza da fé. São testemunhos que integram a tradição cristã e são passados de geração em geração nos mais diversos espaços e âmbitos nos quais a educação cristã assume papel relevante na transmissão da fé cristã. São tesouros que podem passar despercebidos numa leitura superficial da Bíblia. Mas quando nos detemos nas parábolas, como é a proposta deste livro, vamos abrindo janelas para compreender melhor os ensinamentos do Mestre.
As parábolas, “por si só, provocam associações de ideias e perspectivas. Embora não possamos entrar em detalhes, algumas pistas poderão ser úteis. Textos bíblicos querem ser ouvidos tanto em seu sentido histórico quanto em seu desafio atual”, convida o autor.
As parábolas de Jesus – imagens do reino de Deus foi redigido em estilo simples, para que seja acessível também a pessoas não especialistas em teologia.
Editora Sinodal
120. pg.
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David Rubens

domingo, 13 de março de 2016

sábado, 12 de março de 2016

320 - O conceito de Deus após Auschwitz: uma voz judia. Hans Jonas


A extrema singularidade deste texto, aliás, conduziu os intérpretes a duas condutas inteiramente opostas. Ou considerá-lo como totalmente marginal em relação ao desenvolvimento próprio do pensamento do filósofo, ou vê-lo como a fonte secreta de toda a doutrina. Gostaríamos de apontar aqui que devemos resistir tanto a uma quanto à outra tendência, restituindo a essa conferência o seu verdadeiro lugar: o de um pensamento que se apoia em aprendizagens anteriores para ir além do que a probidade intelectual permite, quando se trata de, por um lado, examinar as origens de todas as coisas e o destino da humanidade e, de outro, tentar dar sentido àquilo que colocou completamente em questão o sentido mesmo do nosso devir histórico: o apocalipse moral da tragédia de Auschwitz. Esses dois aspectos estão, aliás, intimamente ligados na medida em que o catastrófico projeto de extermínio de judeus apenas levou a seu extremo a perda de confiança no ideal humanista, que deveria iluminar o nosso caminho na direção do progresso, e assim assegurar um valor à nossa presença e nosso desenvolvimento na Terra. A questão do sentido do nosso futuro emerge, então, com cada vez mais problemas à medida que a sombra espessa do niilismo se espalha sobre o todo de nossa existência. O mal provocado aos homens e mulheres de fé judaica afeta a humanidade inteira, uma vez que o mal extremo que afeta «uma particularidade» (nesse caso religiosa) é também imediatamente um atentado à universalidade (humana) sobre cujo fundo ela se destaca e que é uma maneira de encarnar. 
O conceito de Deus após Auschwitz não é, então, nem exterior ao pensamento geral de Hans Jonas nem o Shibboleth que permite extrair seu significado autêntico. Ele se apresenta, ao contrário, como um escrito que retoma os resultados anteriores do processo de pensamento do filósofo, a fim de apresentar uma tentativa de resposta a um problema moral muito específico, aquele do «sentido» do mal radical no seio de um mundo do qual ele compromete, portanto, o valor.
Apresentação. 


36. pg
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Paulus

319 - Evangelho segundo João – Comentário. Johannes Beutler


A presente obra é a tradução do mais recente e abrangente comentário científico ao Evangelho segundo João, publicado na Alemanha em 2013. Apresenta o Quarto Evangelho como testemunho do primeiro século cristão, com raízes nas escrituras de Israel e na tradição cristã antiga, nomeadamente, nos evangelhos sinópticos de Marcos, Mateus e Lucas. A partir de uma ampla consideração das publicações clássicas e recentes, o autor une à análise histórico-literária e semântica o reconhecimento das estruturas narrativas englobantes que estruturam o texto do evangelho tal como nos foi conservado. Também leva em conta o desenvolvimento intrajoanino que resultou da releitura do texto em função de novas necessidades do público leitor. A partir daí abre-se o horizonte para a compreensão dos leitores hodiernos.
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552. pg
Loyola

Johannes Beutler, jesuíta, nasceu em 1933 e atuou como professor de Novo Testamento na Philosophisch-Theologische Hochschule Sankt Georgen em Frankfurt, bem como na Pontifícia Universidade Gregoriana e no Pontifício Instituto Bíblico em Roma, dedicando sua docência e sua ampla produção científica sobretudo ao Evangelho segundo João.



quinta-feira, 10 de março de 2016

318 - Morre Frei Antônio Moser, Presidente da Editora Vozes.




O diretor-presidente da Editora Vozes, Antônio Moser, 75 anos, foi morto com um tiro na manhã de hoje (9), após ser abordado por assaltantes na Rodovia Rio-Petrópolis, altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Antônio Moser era frei franciscano, formado em filosofia e teologia, ex-professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e autor de mais de 25 livros. O religioso tinha doutorado em teologia, com especialização em moral, na Academia Alfonsianum – Roma. Era também professor de teologia moral e bioética no Instituto Teológico Franciscano (ITF), em Petrópolis; pároco da Igreja de Santa Clara de Petrópolis; diretor do Centro Educacional Terra Santa, além de conferencista no Brasil e no exterior.
A Editora Vozes distribuiu o seguinte comunicado: “Comunicamos com imenso pesar o falecimento de frei Antônio Moser. Pedimos a todos e todas união e força neste momento inesperado e difícil e que possamos continuar unidos na fé e esperança da ressurreição.”
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, declarou luto oficial de três dias na cidade, devido à morte do religioso. As bandeiras do Palácio Sérgio Fadel, sede da prefeitura, foram colocadas a meio mastro.
O ministro provincial, frei Fidêncio Vanboemmel, pediu orações e lamentou a morte trágica de frei Mozer. “A dura realidade que povoa com frequência os nossos noticiários bate à nossa porta. Com susto e tristeza recebemos a notícia da partida repentina de um irmão, vítima da violência que infelizmente tem se tornado cada vez mais comum". 
Frei Fidêncio destacou que a vida de Antônio Moser foi marcada pelo entusiasmo e pela determinação. "Atuou em muitas frentes simultaneamente, desde o estudo e a pesquisa, o trabalho pastoral, as aulas, conferências, o trabalho na comunicação, a dedicação a obras sociais. Especialmente nas décadas de 1970 e 1980, dedicou-se de corpo e alma ao pastoreio de comunidades da Baixada Fluminense, atuando na formação do povo e na construção de igrejas. Hoje, infelizmente, devolvemos a Deus a vida deste irmão, vítima de assassinato na mesma Baixada que tanto amou. Que sua partida leve toda a sociedade a buscar caminhos alternativos, que vençam a violência e a dor”, acrescentou.
O vigário provincial, frei Evaristo Spengler, esteve ontem (8) com frei Mozer em Petrópolis. “Eu cheguei a perguntar a ele se ficaria mais tempo em São Paulo. Ele disse: ‘não, meu tempo é curto e tenho que voltar ainda hoje'”, contou frei Evaristo. “Além de ser meu confrade, meu professor de teologia, ele é primo de minha mãe. É uma perda muito grande para a província e para a Igreja. Ele foi uma referência na teologia moral do Brasil. Prova disso foi a sua nomeação para o Sínodo da Família”, lembrou o vigário provincial. Para frei Evaristo, frei Moser estava no auge de sua vida religiosa e de seu trabalho de evangelização.

No momento em que foi baleado, frei Moser estava a caminho de São Paulo, onde gravaria o programa Pelos Caminhos da Fé, para a rádio Canção Nova. Em outubro do ano passado, ele foi o único teólogo brasileiro nomeado para o Sínodo da Família. Oficialmente, frei Moser completou 50 anos de vida sacerdotal no dia 15 de dezembro.

Tive o prazer de conhecer o frei Moser, inclusive participei de algumas aulas dele sobre teologia moral, uma grande perda para a teologia no Brasil.

David Rubens 

Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.