quinta-feira, 29 de outubro de 2015

282 - Teólogos do Novo Testamento


Rudolf Bultmann
Rudolf Karl Bultmann nasceu em Wiefelstede (Oldenburg), na Alemanha, em 20 de agosto de 1884. Filho mais velho de Arthur Bultmann, pastor protestante da Igreja Luterana. Seus avôs paternos foram missionários na África e seu avô materno tinha sido pastor na pietista região sul da Alemanha (GRENZ, OLSON, 2003, p. 102). Bultmann cursou a escola primária em Rastede. O ginásio, em Oldenburg (1895-1903) foi colega do filósofo existencialista Karl Jaspers.[1] No liceu estudou a história da religião, distinguiu-se pelo estudo do grego e da história da literatura alemã (BULTMANN, 1964, p. 335).
Concluído o liceu, iniciou seus estudos teológicos na Universidade de Tübingen, em 1903. No ano seguinte, passou para a Universidade de Berlim e dois anos depois para a Universidade de Marburg. Foi aí que, em 1910, licenciou-se em Teologia, com a tese: O Estilo da Pregação Paulina e a Diatribe Cínico-Estóica, um tema sugerido a ele por Johannes Weiss. Dois anos mais tarde obteve a livre docência, com uma dissertação sobre a Exegese de Teodoro de Mopsuéstia, um tema proposto por Adolf Jülicher.


Günther Bornkamm 
Günther Bornkamm (1905-1990), Teólogo alemão do Novo Testamento, professor de Novo Testamento na Universidade de Heidelberg.
Aluno de Rudolf Bultmann, estudou comErnst Käsemann (Tübingen), Ernst Fuchs(Marburg) e Hans Conzelmann (Göttingen).
Era defensor da segunda busca ao Jesus Histórico, e sugeriu uma apertada relação entre Jesus e a teologia da igreja primitiva. Bornkamm se afastou de Rudolf Bultmann, mas as abordagens são semelhantes em muitos aspectos. O trabalho de Ernst Käsemann também é valioso para a compreensão do trabalho Bornkamm. 
Bornkamm destaca-se pela abordagem sucinta e profunda dos temas, associando rigor cientifico com o senso prático decorrente de sua atividade pastoral. Portanto, suas obras tornaram-se pontos de referência tanto para o especialista quanto para a pessoa cristã ativa que quer aprofundar seu conhecimento das Sagradas Escrituras.


Ernst Käsemann
Ernst Käsemann (1906-1998), teólogo luterano e professor de Novo Testamento em Mainz (1946-1951), Göttingen (1951-1959) e Tübingen (1959-1971).
Käsemann obteve seu PhD em Novo Testamento na Universidade de Marburg, durante 1931, tendo escrito uma dissertação sobre Eclesiologia Paulina, com Rudolf Bultmann como seu orientador de doutorado. Käsemann foi um dos alunos de Bultmann mais conhecido.
Käsemann se juntou a Igreja Confessante em 1933, no mesmo ano, foi nomeado pároco em Gelsenkirchen, em um bairro habitado principalmente por mineiros. Durante 1939, ele completou sua habilitação, que o qualificou para ensinar em universidades alemãs, sua tese foi sobre o Novo Testamento Epístola aos Hebreus.
Käsemann foi posteriormente servir como soldado. Voltou ao seu trabalho teológico, durante 1946, depois de vários anos no exército e como prisioneiro de guerra.
Käsemann inaugurou a conhecida “New Quest para o Jesus histórico” (Nova Busca ao Jesus Histórico), uma nova fase de interesse acadêmico em trabalhar o Jesus Histórico. Käsemann efetivamente começou esta fase, quando ele publicou seu famoso artigo “O Problema do Jesus histórico”, durante 1954, aula inaugural como professor em Göttingen, em 1953.
Käsemann levou a apocalíptica judaica, mais a sério do que a maioria de seus colegas contemporâneos e pensou que fosse de importância vital para uma leitura de Paulo. Na verdade, ele famosamente descreveu apocalíptica como "a mãe da teologia cristã". O comentário de Käsemann sobre a Epístola de Paulo aos Romanos, publicado pela primeira vez em 1973, tornou-se um padrão de trabalho para essa geração.


Werner Kümmel
Werner Georg Kümmel nasceu em 1905, na cidade de Heidelberg, Alemanha. Com 23 anos concluiu o seu doutorado e aos 27 tornou-se professor em Zurique, Suiça. Depois da segunda Guerra Mundial voltou para a Alemanha e ensinou nas universidades de Mainz e de Marburg, onde substituiu o renomado teólogo Rudolf Bultmann. Faleceu em 1995 em Mainz aos 90 anos de idade.
Kümmel é considerado um dos maiores especialistas do Novo Testamento, depois de Bultmann.





Joachim Jeremias
Joachim Jeremias (20 de setembro de 1900 - 6 de setembro 1979) foi um teólogo alemão, professor universitário de Novo Testamento. Ele era abade de Bursfelde, 1968-1971. Nasceu em Dresden e passou seus anos de formação em Jerusalém, onde, entre 1910 e 1918, seu pai, Friedrich Jeremias (1868-1945), trabalhou como reitor da Igreja Luterana do Redentor. Estudou teologia luterana e línguas orientais nas universidades de Tübingen e Leipzig. Em Leipzig obteve título de Doutor em filosofia (1922) e teologia (1923), e livre docência em (1925). Seu mentor foi o renomado Gustaf Dalman.
Depois de outras missões de ensino, Jeremias foi nomeado em 1935 para a cadeira de estudos do Novo Testamento na Universidade Georg-August de Göttingen, onde lecionou até sua aposentadoria em 1968. Em 1976, mudou-se de Göttingen para Tübingen, onde morreu em 1979.
Suas pesquisas e publicações cobriram uma área ampla, variando de histórico e arqueológico de estudos literários e filosóficos. Eles se concentram na Bíblia hebraica e textos rabínicos relevantes para uma análise crítica do Novo Testamento, a fim de reconstruir o ambiente histórico de Jesus em toda a sua complexidade, para fornecer uma compreensão mais profunda de sua vida e ensinamentos.
Suas realizações encontrou reconhecimento nacional e internacional, reconhecido pela admissão na Academia das Ciências de Göttingen, em 1948, e o prêmio de doutor honoris causa das universidades de Leipzig, St Andrews (Escócia), Uppsala (Suécia) e Oxford (Grã-Bretanha). Ele também foi feito um membro da Royal Dutch Academy of Sciences e da Academia Britânica. Finalmente, em 1970, foi feito membro honorário da Deutsche Verein zur Erforschung Palästinas ( associação alemã para a pesquisa sobre a Palestina).
Jeremias trabalhou com Wilhelm Schneemelcher em revisões da coleção Hennecke-Schneemelcher dos Apócrifos do Novo Testamento.



Oscar Cullmann
Oscar Cullmann (1902-1999). Teólogo de confissão luterana e um dos mais notáveis de nosso tempo. Seus trabalhos de história e exegese contribuíram decisivamente para o conhecimento das origens do cristianismo. Seus anos de estudo e docência discorrem entre Estrasburgo e Basiléia. Posteriormente se tornou professor da Sorbonne e da Faculdade de Teologia Protestante de Paris. Além dessas atividades acadêmicas, Cullmann foi presidente da ajuda aos refugiados franceses na Suíça entre 1940-1945. Mais tarde, foi escolhido membro do comitê executivo do Instituto Ecumênico de Jerusalém, fundado em 1967 por Charles Moeller. De 1962 a 1965 participou como observador não católico das quatro sessões do Concílio Vaticano II, diante do qual, praticamente, representou o protestantismo.


Leonhard Goppelt
Nascido a 06 de novembro de 1911, em Munique, na Alemanha no seio da família de um professor. Dedicou-se à exegese e ao estudo da teologia do Novo Testamento, freqüentou o Theresengymnasium. Durante um ano cursou Ciências Naturais e Filosofia, mais resolveu estudar mesmo Teologia na cidade de Tubingen e em Erlangen. O curso Teológico foi concluído em 1935.
Foi admitido em 1938 ao ministério pastoral na Igreja Evangélica Luterana da Baviera. Desde 1936 atuou como Repetidor na Faculdade de Teologia da Universidade de Erlangen, como repetidor cabia repassar com estudantes interessados os conteúdos ministrados nas aulas dos professores-catedráticos. Tendo a oportunidade de dedicar-se a estudos, acadêmicos mais profundos.
Lecionou nas Universidades de Gottingen, Erlangen e no ano se 1949 passou a residir em Hamburgo, fazendo parte do primeiro corpo docente da Faculdade de Teologia da Universidade de Hamburgo, atuando 20 anos.
Em 1950 casou-se com Dora Schlatter, neta do exegeta Adolf Schlatter. Deste matrimonio nasceram duas filhas.
Faleceu no dia 21 de dezembro de 1973 no auge de sua produção teológica, devido a um enfarto. Escreveu o texto Cristianismo e Judaísmo, no primeiro e segundo século e foi publicado em 1954. Sua principal obra é o livro Teologia do Novo Testamento, que foi traduzido para o português.



George Eldon Ladd
George Eldon Ladd (1911-1982) teólogo do Novo Testamento evangélico e professor de exegese do Novo Testamento e teologia no Seminário Teológico Fuller em Pasadena, Califórnia. Principal obra de Ladd, Teologia do Novo Testamento, 1974.
Ladd se converteu ao cristianismo em 1929. Em 1933 foi ordenado pela Convenção Batista do Norte (agora Batista Americana) e pastoreou três congregações. Ladd ensinou no Gordon College. Fez o Bacharel em Teologia pelo Gordon College (1933) em seguida, passou dois anos na Universidade de Boston antes de se matricular na Universidade de Harvard, onde foi supervisionado por Henry J. Cadbury e recebeu seu PhD em grego bíblico e patrístico, em 1949. Juntou-se ao corpo docente do Seminário Teológico Fuller em Pasadena, CA em 1950 onde permaneceu durante trinta anos de sua carreira acadêmica. Ladd teve um derrame em 1980, e morreu em 1982.






281 - Entre os dois testamentos: história e religião na época do segundo templo Johann Maier


Com o objetivo de estimular tanto a teologia bíblica como a teologia sistemática a uma valorização mais intensa, porém livre de unilateralidades teológicas do judaísmo intertestamentário, a presente obra é uma introdução ao judaísmo da época do Segundo Templo. Período que se estende de fins do século VI a.C. a 72 d.C., e que é assinalado por fenômenos importantes, tais como a formação do judaísmo, o estabelecimento do cânon das Escrituras hebraicas e o desenvolvimento do cristianismo primitivo. Após uma introdução, em que aborda algumas questões fundamentais, o autor trata o período pérsico, como base para o tempo helenístico-romano, e apresenta a situação linguística. A fim de dar ao leitor uma idéia da quantidade e da variedade das fontes, enumera os textos, refere uma relação bibliográfica de estudos importantes do ponto de vista da história das religiões e esboça os temas e objetivos dessas fontes, com que se pode obter uma primeira impressão das questões religiosas que movimentaram essa época. Em seguida descreve os acontecimentos históricos do tempo helenístico-romano, delineia os traços fundamentais, os grupos e as diversas correntes e tendências da religião judaica e faz referências às ligações do nascente cristianismo com o ambiente judaico. O conhecimento desse período é indispensável para a compreensão do Antigo e do Novo Testamento. Compreensão que só pode ser proveitosa se tomarmos conhecimento da chamada literatura intertestamentária, à qual pertencem também os chamados escritos deuterocanônicos, acrescentados à Bíblia hebraica. À primeira vista, o tamanho da obra e a extensão da bibliografia podem talvez parecer excessivos, isso, porém, explica-se pelo fato de quase meio milênio de história do judaísmo ser tratado em um só volume.
Obra excelente!
Loyola
P. 335

  
Johann Maier, nascido em 1933, estudioso austríaco do judaísmo, fez seu doutorado em judaísmo na Universidade de Viena. Foi o fundador e diretor por trinta anos do Instituto de Estudos Judaicos Martin Buber da Universidade de Colônia. Se aposentou em 1996. Ensinou judaísmo na Universidade de Berlim, 1963 e na Universidade de Frankfurt, 1969.








quarta-feira, 28 de outubro de 2015

280 - História de Israel: O Surgimento do Povo de Deus No Antigo Testamento, David Rubens



1  A Terra
Comparada as outras zonas do oriente próximo, como o Egito e Mesopotâmia, a Síria e a Anatólia, que no passado foram sedes de celebradas civilizações de grandes formações estatais, de metrópoles monumentais, a Palestina oferece um espetáculo decididamente modesto. Para o período do Bronze recente, quando o Egito e a Mesopotâmia podiam contar com alguns milhões de habitantes, a Palestina nem sequer chegava aos 250 mil habitantes.[1]
Todavia, esse país tão modesto em densidade humana desempenhou um papel de primeira importância nas vicissitudes históricas de grande parte do mundo.
Essa contradição se deve à extraordinária capacidade que tiveram os habitantes do país de unir entre si paisagem e memórias e, portanto, de carregar sua terra de valores simbólicos que depois numa sucessiva história de dispersão e focalização, de afastamento e retorno contribuiu para difundir amplamente também fora dele.
A paisagem está fortemente antropotizada, até os mais diminutos tornam-se base de memória e atestam a legitimação como unidade cortada em relação ao diferente que o circunda.
à     Um carvalho secular.
à     Um poço.
à     Uma caverna.
à     Uma ruína antiga.
à     Um túmulo de antepassados.
As expressões correntes “Terra Prometida” e “Terra Santa” mostram como uma dada região tenha podido tornar-se símbolo e valor sem nem sequer a necessidade de dizer o nome da terra”, porque todos já sabem qual é, sem que haja margem de equívoco.

2  As Cidades
Com o termo, cidade, se pretende designar assentamentos cuja população é diversificada por função e estratificada por renda, e que abrigam em seu interior um setor “público”, seja ele templo, palácio ou ambos.[2]
Na pobre Palestina as cidades do período do Bronze (a.C. 2800 – 1200) dificilmente superam os 3 ou 4 mil habitantes, e a situação não muda muito no segundo período do ferro (a.C. 900 – 600). Na cidade reside um “rei” em seu palácio (um edifício de uns mil metros quadrados) com uma roda de dependentes diretos:
à     Artesãos;
à     Guardas;
à     Servidores.
No território agrícola, a população está agrupada em vilas, que vão de meia dúzia de casas a umas cinquenta, no máximo.
A população se dividia, grosso modo, em uns 20% de dependentes palatinos, 20% de pastores e uns 60% de camponeses.

3  Assentamentos
Estepes áridas e montanhas cobertas de bosque eram deixadas para frequentação sazonal dos pastores de cabras e ovelhas, (com pastagens estivais nas colinas e invernais na planície). A integração entre agricultura e pastorícia é muito estreita e os próprios ritmos da transumância procuram respeitar os “encostamentos” com o uso agrícola do território. Agricultores e pastores habitam as mesmas vilas, unidades produtivas integradas, embora não totalmente homogêneas.

4  O Domínio Egípcio
Por cerca de três séculos (a.C. 1460 – 1170) a Palestina foi submetida ao domínio direto dos egípcios; alguma influência política egípcia já precede esse período e depois prosseguirá por muito tempo. O domínio egípcio teve um peso determinante em vários aspectos da vida política da região.[3]
O controle egípcio era em grande parte indireto e os “pequenos reis” locais conservavam sua autonomia (mas não independência) como “servos” e tributários do faraó.
Faraó exigia um juramento de submissão breve quanto absoluto (“jamais nos rebelaremos contra sua majestade”). E o juramento se concretizava em pagar um tributo anual, em hospedar os mensageiros e as caravanas egípcias de passagem, em conseguir as mercadorias solicitadas e também em ofertar princesas para o harém real acompanhadas de rico dote.[4] Todos os anos um regimento egípcio fazia o giro dos reinos palestinos para recolher tributos e outras mercadorias especificamente exigidas.
O Faraó era, com efeito, um deus distante, que os reis palestinos consideram bem inerte e omisso e, portanto, de difícil compreensão. As expectativas dos reis locais de obter de faraó um apoio contra seus inimigos, uma saída de suas dificuldades, ficavam sem resposta a sem efeito.[5]

5  As Cidades Palestinas
A capital, cercada de muros, tinha como centro o palácio real, residência do rei e de sua família, mas também sede de administração.[6]
A dependência do reino em relação ao rei assume duas formas bem distintas, a população está dividida em duas categorias:
à     Homens do rei: São privados de meios de produção próprios, trabalham para o rei e dele recebem como retribuição os meios de sustento.
à     População livre: que detém meios de produção próprios e dá ao rei uma cota da própria renda de produção sob a forma de taxa.

6  Organização da Cidade
Capital (em torno do palácio) = homens do rei.
Vilas = homens livres.
A população livre situa-se num nível médio, famílias que possuem um pouco de terra e de gado que lhes permite viver e se reproduzir; mas podem também entrar pelo caminho sem retorno do empréstimo a juros e de garantias pessoais, que levam à escravidão por débitos.

7  Os Homens do Rei
Homens do rei: Aristocracia militar, sacerdócio, escribas, administradores, artesões, guardas e servidores escravos que perderam a terra.[7]
Todos eles são juridicamente servos do rei, mas os modos e a medida da retribuição são diversos e determinam situações de fato muito diferentes. Encarregados dos carros, escribas, mercadores podem acumular substanciosas riquezas, sobretudo sob a forma de terras a eles concedidas pelo rei.
A transmissão da realeza sugue as normas em uso para a transmissão hereditária. Não há distinção entre o primogênito e o segundo filho, a herança irá para quem tiver “honrado” os pais, a quem, enfim, a tiver merecido. O Reino não pode ir senão para um dos filhos do rei anterior. Os textos da época estão cheios de disputas entre irmãos, de usurpações, até casos de fratricídio e de parricídio.

8  O Templo
Os templos são lugares de rico entesouramento. Os sacerdotes são classificados entre os “homens do rei”. Os rituais têm o rei como ator protagonista, servem para o creditar junto a população como avalista da correta relação com o mundo divino.

9  Vilas
A maioria da população (uns 80%) vive nas vilas, com os próprios meios de produção: terras de propriedade familiar e rebanhos de cabras e ovelhas.
A vila é uma unidade estabelecida de modestas dimensões, mas também uma unidade parental (clã) e uma unidade de decisão. Sobre a dimensão considerada “Vilas”, grupos de casas de um mínimo de duas/três a um máximo de oitenta, com uma média de 25 casas (e cem habitantes).
A população está subdividida entre uma maioria de “casas” de camponeses “livres” e de “pastores”, e uma minoria de servos do rei.[8]
A vila é administrada por um conselho de “anciões” ou “pais”, ou seja, os chefes de família mais respeitáveis e ali enraizados.
Vimos que fazem parte das vilas grupos pastoris, para administrar a criação caprina segundo a prática da transumância que leva a situações típicas que vêem o mesmo grupo reunido ou disperso, conforme as estações.[9]
Pastores e camponeses coexistem, pois, na época da concentração e devem ter em comum a frequentação de lugares “sagrados”, normalmente conexos a antigos túmulos de antepassados e a carvalhos seculares, como lugares em que a divindade pode se manifestar e onde lhe são oferecidos sacrifícios sobre altares a céu aberto. Essa tipologia é bem conhecida pelas histórias patriarcais: o carvalho de Mamre (Gn. 13.18; 14.13; 18.1, 25. 9-10), com os túmulos de Abraão e Sara e depois de Isaac (35.27) e de Jacó (50.13), o carvalho de More (12.6), em que Javé se manifesta a Abraão.[10]

10  Os Nômades “Externos”
Os textos do Bronze recente mostram também autênticos nômades “externos”, definidos com termos não geográficos, nas coletivas, dirse-ia tribais. Sua principal área de atividades são as estepes do Sul e do Leste, às margens do deserto; mas são encontrados também nos altiplanos centrais. A presença deles é vista como perigosa para quem deve atravessar aqueles territórios: o palácio não tem autoridade sobre essas tribos externas, salvo assalariar alguns efetivos deles como guia ou como escolta.

11  As Tensões Sócio-Econômicas
O Bronze recente é um período de fortes tensões sócio-econômicas, provocadas, sobretudo pelo processo de endividamento da população camponesa e pela atitude muito dura e proposital por parte do rei. As dificuldades econômicas induzem os camponeses “livres” a conseguir trigo em troca de penhores materiais, especialmente terras e depois de garantias pessoais: mulheres e filhos se tornam servos do credor, numa servidão teoricamente temporária, salvo quando se torna permanente na impossibilidade de pagamente do débito. O último estágio, quando o devedor deve dar-se a si mesmo como escravo, fecha o ciclo pela impossibilidade de recuperação: o desesperado prefere por isso, em muitos casos, pôr-se em fuga.
Aos camponeses endividados não resta senão a fuga, para os espaços de difícil controle que são as montanhas cobertas de bosques e as estepes pré-desérticas. Aqui os grupos de refugiados podem se organizar e se unir de algum modo com os clãs pastoris. Esses grupos de gente afastados do próprio contexto social de origem e refugiados em outras partes são definidos como habiru; o termo tem uma conexão etimológica e semântica com os mais antigos atestações do termo “hebreus” (ibri), antes que eles assumisse valores étnicos . O termo habiru, tem uma conotação técnica de “foragido”, no sentido de “fora da lei”, “rebelado contra a autoridade legítima”.[11]
Os habiru em sua maioria são pessoas de baixo nível social, marginalizados mais por motivos econômicos que políticos, e que encontram refúgio em ambientes marginais, ou muitas vezes se solidarizam com os nômades ou para servir como tropas mercenárias ou para se entregar ao banditismo.[12] Os mais alarmados dos reis cananeus temem que os próprios camponeses endividados, mas que ainda permaneciam no lugar, possam se solidarizar com os habiru, e que dessa união brotem sangrentas revoltas.      

“Se os camponeses desertam, os habiru tomarão a cidade”.

A atitude dura dos reis cananeus em assunto econômico produz, portanto, um notável descontentamento da população de base agropastoril em relação ao palácio.

12  Crise e Local: Etnogenia de Israel.
Principais teorias que se sucederam e se confrontaram sobre a origem de Israel:
1 – A teoria da conquista “Militar”, compacta e destrutiva, de direta inspiração bíblica, é ainda afirmada em alguns ambientes tradicionalistas.
2 – Prevalece hoje a idéia de uma ocupação progressiva, nas duas variantes (mais complementares do que exclusivas entre si) da sedentarização de grupos pastoris já presentes na área e da infiltração do adjacente pré-deserto.
3 – Teoria (chamada “sociológica”) da revolta camponesa, que privilegia totalmente o processo por linhas internas sem contribuições externas, essa teoria é atualmente mal vista, por motivos às vezes declaradamente políticos.


David Rubens de Souza



[1] LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História Antiga de Israel. São Paulo: Paulus, 2008. p. 30.
[2] Ibidem, p. 32.
[3] Ibidem, p. 36.
[4] Ibidem, p. 39.
[5] Ibidem, p. 42.
[6] GASS, Ildo Bohn. Uma Introdução a Bíblia: Formação do Povo de Israel. São Paulo: Paulus, 2002. p. 19. (O livro de Bohn Gass é muito bom, explicação detalhada sobre as Cidades-Estado e na página 20 tem um mapa detalhado que facilita a compreensão das cidades).
[7] LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História Antiga de Israel. São Paulo: Paulus, 2008. p. 43.
[8] Ibidem, p. 48.
[9] ZENGER, Erich. O Deus da Bíblia: Estudo Sobre os Inícios da Fé em Deus no Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1989. p. 34. (Boa explicação sobre o modo de vida dos beduínos.)
[10] LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História Antiga de Israel. São Paulo: Paulus, 2008. p. 50.
[11] Ibidem, p. 54.
[12] VV. AA. Israel e Judá: Textos do Antigo Oriente Médio. São Paulo: Paulus, 1995. p. 35. (Excelente explicação sobre os habirus).

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

279 - OHDtr, Obra Histórica Deuteronomista e o Surgimento da Monarquia em Israel, David Rubens




Introdução
Os livros históricos têm por tema principal as relações de Israel com Yhaveh, sua fidelidade ou infidelidade, os portadores da Palavra de Deus são os profetas.
Os profetas intervêm com freqüência:
- Samuel
- Natã
- Elias
- Eliseu
- Isaías
- Jeremias
Estes livros, por seu conteúdo, constituem a sequência do Pentateuco; no fim do Deuteronômio, Josué é designado como o sucessor de Moisés, e o livro de Josué começa no dia seguinte ao da morte de Moisés. Alguns supõem que há uma unidade literária entre os dois conjuntos, formando-se um Hexateuco;[1] alguns incluem até os livros dos Reis. Mas esforços para se reencontrar documentos do Pentateuco em Juízes, Samuel e Reis não deram nenhum resultado satisfatório. Contudo, a influência do Deuteronômio e de sua doutrina é clara nos livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis. Surgiu então a hipótese de que o Deuteronômio seriá o começo de uma grande história religiosa que se prolonga até o fim de Reis.
Em 1943, na Alemanha, Martin Noth propôs pela primeira vez, que os livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis foram uma coletânea de tradições, que deverá ser chamada de historiografia deuteronomista.[2] Nome que lhe é atribuído por sua grande semelhança com as leis e os discursos exortativos do Deuteronômio. Livro este, que por sua vez, em seus discursos iniciais, cumpre a função de introdução à coletânea. Para Noth, a OHDtr teria sido redigida por um só autor, possivelmente na Palestina do século VI a.C. com o objetivo de explicar o fim do reino de Judá e o exílio babilônio então em curso como fruto da apostasia do povo.[3]  
A relação deuteronomista se exerceu sobre tradições orais ou documentos escritos, que diferem pela idade e pelo caráter e que, já estavam agrupados em coleções; e a redação retocou de modo desigual os materiais que usava. Isso explica porque os livros, ou grandes seções deles, conservam sua individualidade. Esta relação deutenonomista não foi feita de uma só vez, cada livro passou por várias edições.
Estes livros são obra de uma escola de homens piedosos, imbuídos das idéias do Deuteronômio.

1  Conflito e pacto na terra de Canaã
De Vaux, fala de um processo de assentamento gradual, lento, de caráter pacífico e em muitos casos feito com alianças, justamente com momentos de conquistas, mas que, em nenhum caso, seria concluída com Josué.[4]

2 Das alianças tribais à monarquia
Durante o século XI a.C., a necessidade das alianças é incrementada pela necessidade de responder aos conflitos com outros povos em disputa pelo pequeno território, ou área de controle.
Dentre os inimigos externos o primeiro lugar é ocupado pelos filisteus, um dos “povos do mar”, que invadiam desde meados do século XII a costa do mediterrâneo oriental. Os filisteus possuíam uma superioridade militar em razão da qualidade de seu armamento.[5]
Na Transjordânia, encontramos três grupos em contínuo relacionamento com Israel: os amonitas, os moabitas e os edomitas.
No período dos juízes, o sistema de federação era democrático ocasional, quando a necessidade, representada pelo conflito exterior o exigese.

3  Rumo a monarquia e ao primeiro estado de Israel
Questões que contribuíram para o surgimento da monarquia:
· Pressão externa crescente.
· Conquista e ocupação.
· Assentamentos urbanos.
· Evolução e notável unificação de tradições literárias comuns.
· Desenvolvimento legal e cultual do Javismo.
· Crescimento de santuários locais.
· Necessidades econômicas de uma sociedade em acelerado processo evolutivo.

4  Surgimento da monarquia
Tendência antimonárquica (1Sm 8.10,17-27; 13,7-15; 28). A monarquia foi rejeitada por alguns grupos sociais, com base em experiências negativas das gerações posteriores, as quais viveram o fracasso e o próprio exílio.
As criticas proviam dos que se sentiam afetados pela mudança, eram feitas também por um grupo que sonhavam com uma sociedade representada pelos valores do Javismo: o profetismo de Israel. O profeta, símbolo da critica à realeza foi Samuel.[6]

5  As primeiras tentativas em direção à monarquia
-                       Abímeleque em Siquém: Jz 9. Três anos durou a tentativa de Abímeleque constituir uma monarquia a partir de Siquém. Não expandiu territorialmente, o território de Abímeleque não passou de uma cidade estado. O próprio Abímeleque destruiu Siquém que contra ele se rebelara.[7]
-                       Jefté em Gileade:[8] Jz 10-12. Jefté atuou como um libertador carismático (Jz 11.290. Jefté, com o título de “cabeça” e de “chefe”, permite perceber como a monarquia vai brotando de dentro das necessidades clânico-tribais. Os anciões detêm a representação. Mas o tribalismo apresenta aspectos de desintegração social. No entanto, Jefté conseguiu apenas 6 anos de “juiz menor” (Jz 12.7).

6  Saul em Gibeá
Antes de tornar “rei”, Saul é “libertador”.[9] Situa-se, nas proximidades de Jefté ou de Gideão-Abimeleque.

O cenário do reino de Saul – está limitado ao território de Efraim e Benjamim, onde se situam todas as localidades que nas histórias de Saul são dotadas de papéis institucionais ou, de qualquer modo, significativos. Os locais cerimôniais estão no território de Efraim, de onde vem o profeta Samuel: Shilo (onde está a arca de Yahweh Seba’ot), Bet-El (o maior santuário da região), Gilgal (onde Saul é proclamado  rei). Os locais políticos estão em Benjamim, de onde vem o rei Saul: Mispa (onde se reúne a assembléia popular), Gibe’a (onde reside Saul), Rama (onde habita o profeta Samuel), Mikmas (lugar de batalha).[10] 

A base do poder de Saul são os parentes e a vontade coletiva dos “homens livres”[11] aqueles que tinham acesso a terra. Mas estes camponeses, que eram bastante eficientes em guerras, não estavam dispostos a estar continuamente à disposição do rei Saul, saído rei de dentro do tribalismo, esta em choque frontal com essa sua própria origem.[12]
A pedra de tropeço para Saul veio a ser Samuel. Este vivia o tribalismo em todo o seu vigor, Samuel era profeta, sacerdote e líder carismático. Ungiu-o e, simultaneamente, o destituiu.
Saul, oriundo da aldeia de Gibeá, segmento social novo, baseado na economia do boi. Saul defende cidade de Jabes. Há interesses comuns entre criadores de gado e cidades um necessita do outro.
A base real da monarquia de Saul situa-se entre os criadores de gado de Gibeá e as potencialidades comerciais de uma cidade como Jabes, nas proximidades da rota comercial da transjordania.
Saul é rei em Gilgal, as tradições cúlticas de Gilgal remonta ao passado tribal.
Em Saul aparece a grandeza do estado territorial:

·                       De Gibeá, vai socorrer Jabes, em Gileade.
·                       Reúne seu exército a lesta da Planície de Jezreel.
·                       Torna-se rei longe de Jabes e de Gibeá, em pleno vale do Jordão, em Gilgal.
·                       Luta contra os amalequitas, no sul palestinense.
·                       Suncumbe lá no norte na luta contra os filisteus.

O Estado de Saul é territorial, substitui a prática das cidades-estados. Nem Abimeleque e nem Jefté haviam alcançado este nível político.
A monarquia, o estado, era realidade social nos vales. Daí o povo havia fugido para as montanhas. Mas, a monarquia por fim, também alcançou as montanhas, vencem o tribalismo. Isto se passou entre 1050 a.C. e 926 a.C.[13]
A monarquia se impõe, mas o tribalismo jamais deixou de existir. Os profetas continuam sendo a voz das tribos. Fonte de sua resistência contra reis e impérios.[14]
O Estado de Saul é bem episódico. Há textos que dão a entender que durou 20 anos, talvez só tenha sido 2! Não formou um exercito profissional (1Sm 31). Não organizou uma capital. Não exigiu tributo. Sua família e alguns amigos era sua corte.
O suporte do estado de Saul eram os “homens”, os camponeses livres e mais abastados, os donos de gado (1 Sm 11). Estes só queriam um rei quando os inimigos estavam próximos.[15]
Saul ficou sozinho com sua família e seu estado foi destruído pelos filisteus. Quem sepultou Saul foram os de Jabes (1Sm 2.4). De chefe carismático, Saul foi transformado em louco e ímpio. Saul sacrifica pessoalmente e não por meio do sacerdote Samuel (1Sm 13.7-15), não pune as infrações aos votos (1Sm 14.24-35), não se atém as normas do herem (1Sm 15.7-9), consulta uma necromante (1Sm 28). Esta difamção é posta em prática logo depois dos eventos, em beneficio de Davi. 

7  Davi no deserto
Davi foge de Saul para o deserto. Junta-se com 400 homens, habiru (1Sm 22.2). Torna-se seu líder e comandante. Este grupo torna-se defensores do gado dos ricos.[16]
-        A caminhada de Davi em direção ao trono:
·                       Toma Hebrom, o centro da grande Judá.
·                       Os de Judá o tornam seu rei na cidade ocupada por seu exercito.
·                       Israel o aclama seu rei para ver-se livre dos filisteus.
·                       De Hebrom conquista Jerusalém[17].
·                       Derrota os filisteus e põe sob seu controle a rota comercial.
-        A liderança de Davi em pontos estratégicos:
ü     Unção em Belém por Samuel: 1Sm 16.4
ü     Aclamado rei de Judá em Hebrom: 2Sm 2.4
ü     Ungido rei sobre Israel em Hebrom por todas as tribos: 2Sm 5.3

Quem fosse contra Davi era morto.[18] No final da vida de Davi existiram muitas lutas pela sucessão. Haviam grupos mais ligados ao campo, a Judá, contra outros mais ligados à cidade.[19]

8  O reino de Salomão
A figura de Salomão (que sucedeu a Davi no final de sangrentas lutas de corte)[20] está ligada a um cenário de expanção, que chegou a compreender todo o território tribal, do Negev à Alta Galiléia.
Salomão organiza o tributo interno, em forma de arrecadação de alimentos e de trabalho forçado. Quem mantinha a corte de Davi eram os povos vizinhos.[21]
O exercito de Salomão não fez guerra com os vizinhos. O inimigo desse exército era interno, eram os camponeses.
Salomão dividiu seu reino em províncias responsáveis pela comida na corte, no estado. A construção do templo esta em função da tributação. O templo é dedicado a Javé, Deus do camponês, de outra forma os camponeses não pagariam seus tributos.[22] 

9  Os dois reinos: Judá e Israel
Com a morte de Salomão termina o reino unido 926 a.C. Começa a história dos dois reinos:[23] Judá e Israel. Esse período termina para Israel em 722 a.C., quando Samaria é anexada ao sistema de províncias assírias. Para Judá, termina em 701 a.C., quando Jerusalém é cercada pelos assírios e quase conquistada.[24]
“A união surgirá por pressão externa dos filisteus, a divisão pertence ao âmbito da autonomia do povo da montanha”.[25] A divisão em dois reinos é obra do tribalismo do Norte, que não queria continuar submetendo-se a Jerusalém (1Rs 11.26-40). 
  No Sul continua dinastia de Davi até 587 a.C., até a destruição de Jerusalém pelos babilônios.
-                    O Sul/Judá era dinástico: tradicional.
-                    O norte/Israel era monárquico: Golpista. 



David Rubens de Souza
Pindamonhangaba-SP




[1] RAD, Gerhard von. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Aste, 2006.
[2] RÖMER, Thomas. A Chamada História Deuteronomista: Introdução Sociológica e Literária. Petropolis/RJ. Vozes, 2005. p. 21.  
[3] Gerhard von Rad concorda: “A obra surgiu na época do exílio babilônico. Por pouco que saibamos a respeito do lugar em que foi redigida e da origem do redator”. RAD, Gerhard von. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Aste, 2006. p. 327.
[4] BLANC. Luis Fernando Girón. Israel Uma terra em conflito. São Paulo: Paulinas, 2000, p. 17.
[5] Ibidem, p. 19.
[6] Ibidem, p. 30
[7] SCHWANTES, Milton. As Monarquias no Antigo Israel: um roteiro de pesquisa histórica e arqueológica. Paulinas: São Paulo, 2006, p. 16.
[8] Gileade: região fértil,é abundantemente alcançada pelas chuvas. Produz excedentes. Suas heranças (Jz 11.2) podem ser significativas. Vizinhos monarquia: edomitas, moabítas, amonitas. No norte haviam os estados arameus.  
[9] Casa de Saul: 1Sm 10.26. Saul ajuda Jabes: 1Sm 11.5. Ungido rei em Gilgal: 1Sm 11.15.
[10] LIVERANI, Mario. Para além da Bíblia: História antiga de Israel. São Paulo: Paulus; Loyola, 2008, p. 124.
[11] O exército (1Sm 13.1-2) é composto por 2 mil homens de Efraim e mil de Benjamim. A corte tem caráter familiar (o primeiro Abner, o filho Jônatam) e função militar; o próprio rei é belo e alto, forte e hábil combatente, e é designado rei para guiar o povo na guerra. Não vestígio de um aparato fiscal ou administrativo. LIVERANI, p. 124.   
[12] SCHWANTES, Milton. As Monarquias no Antigo Israel: um roteiro de pesquisa histórica e arqueológica. São Paulo: Paulinas, 2006, p. 21.
[13] Idem. Breve história de Israel. São Leopoldo/RS: Oikos. 2008, p. 18.
[14] Ibidem, p. 18.
[15] Ibidem, p. 23.
[16] Davi põe em prática uma típica política de “chefe de bando”, exigindo tributos em troca de proteção (1Sm 25.4-8). LIVERANI, p. 128.
[17] Siquém, Gibeá, Hebrom e Jerusalém situam-se todas numa mesma rota comercial, naquela que acompanha a divisa de águas, nas montanhas, na direção Sul-Norte: SCHWANTES, Milton. As Monarquias no Antigo Israel: um roteiro de pesquisa histórica e arqueológica. São Paulo: Paulinas, 2006, p. 30.
[18] Seba da tribo de Benjamim, é morto por propor retorno ao tribalismo (2Sm 20.1).
[19] SCHWANTES, op. cit., p. 24.
[20] Salomão representa a cidade de Jerusalém, a elite, o comercio. Adonias, o campo, Judá.
[21] Um reino soldadesco (Davi) substituído por um reino administraivo (Salomão) com ênfase na corvéia (1Rs 5.27-28; 9.22) e na taxação (1Rs 5.2-8). LIVERANI. p. 135.
[22] SCHWANTES, Milton. As Monarquias no Antigo Israel: um roteiro de pesquisa histórica e arqueológica. São Paulo: Paulinas, 2006, p. 25.
[23] Para Liverani os reinos de Judá e Israel jamais estiveram unidos, ambos muito pequenos, o reino de Israel estava separado das tribos galiléias pela permanência do corredor “cananeu” da baía de ‘Akko ao médio Jordão. LIVERANI. p.139.
[24] SCHWANTES, op. cit., p. 28
[25] SCHWANTES, op. cit., p. 29



Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.