quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

99 - Faleceu o teólogo João Batista Libânio


Vítima de um infarto, o padre jesuíta João Batista Libânio, faleceu na manhã de hoje, 30, em Curitiba (PR). O sacerdote foi assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e colaborador no Instituto Nacional de Pastoral e em comissões episcopais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Padre Libânio, como era conhecido mundialmente, dedicou-se aos estudos teológicos, à ação pastoral e ao magistério durante anos. Foi autor de mais de 125 livros.
Na arquidiocese de Belo Horizonte (MG) contribuía com artigos e textos para o Jornal de Opinião e Notícias Digital, nos quais escrevia na coluna “O olhar do teólogo”. Padre Libânio dizia que “nada faz o ser humano ser tão feliz como colaborar no crescimento interior e espiritual das pessoas".

Trajetória
Padre Libânio estudou Filosofia na Faculdade de Filosofia de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, e  cursou Letras Neolatinas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Foi professor de Teologia na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo (RS) e no Instituto Teológico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Posteriormente, foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Seus estudos de Teologia Sistemática foram concluídos na Hochschule Sankt Georgen, em Frankfurt, Alemanha, onde também estudou com os maiores nomes da Teologia europeia. Era mestre e doutor (1968) em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
O jesuíta era professor na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia e vigário da paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano.

Sobre a vida
Em entrevista ao Jornal de Opinião, em junho de 2002, por ocasião de seus 70 anos, padre Libanio falou sobre sua visão da vida: “A clareza e a serenidade não se medem pelo número de anos, mas pelo trabalho interior. A existência foi generosa comigo e permitiu-me que pudesse estar sempre à volta com análises, reflexões sobre a realidade social e eclesial”.






sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

98 - Leonhard Goppelt


Nascido a 06 de novembro de 1911, em Munique, na Alemanha no seio da família de um professor. Dedicou-se à exegese e ao estudo da teologia do Novo Testamento, freqüentou o Theresengymnasium. Durante um ano cursou Ciências Naturais e Filosofia, mais resolveu estudar mesmo Teologia na cidade de Tubingen e em Erlangen. O curso Teológico foi concluído em 1935.
Foi admitido em 1938 ao ministério pastoral na Igreja Evangélica Luterana da Baviera. Desde 1936 atuou como Repetidor na Faculdade de Teologia da Universidade de Erlangen, como repetidor cabia repassar com estudantes interessados os conteúdos ministrados nas aulas dos professores-catedráticos. Tendo a oportunidade de dedicar-se a estudos, acadêmicos mais profundos.
Lecionou nas Universidades de Gottingen, Erlangen e no ano se 1949 passou a residir em Hamburgo, fazendo parte do primeiro corpo docente da Faculdade de Teologia da Universidade de Hamburgo, atuando 20 anos.
Em 1950 casou-se com Dora Schlatter, neta do exegeta Adolf Schlatter. Deste matrimonio nasceram duas filhas.
Faleceu no dia 21 de dezembro de 1973 no auge de sua produção teológica, devido a um enfarto. Escreveu o texto Cristianismo e Judaísmo, no primeiro e segundo século e foi publicado em 1954. 
Sua principal obra é o livro Teologia do Novo Testamento, que foi traduzido para o português.

Goppelt é adepto da corrente histórico-salvífica de pesquisa teológica e procura interpretar o Novo Testamento e o evento de Cristo, que lhe serve como referência, à luz do Antigo Testamento, entendendo-os como cumprimento da aliança e promessas salvíficas ali referidas. É o que denomina de relação tipológica entre o AT e NT. No seu exame da teologia das comunidades apostólicas, é absolutamente cristocêntrico, entendendo-a como reflexo das reações provocadas por Cristo, tanto nas pessoas que testemunhavam sua vida, morte e ressurreição, como também nas comunidades que procuravam viver um discipulado correspondente.



97 - Günther Bornkamm


Günther Bornkamm (1905-1990), Teólogo alemão do Novo Testamento, professor de Novo Testamento na Universidade de Heidelberg.
Aluno de Rudolf Bultmann, estudou com Ernst Käsemann (Tübingen), Ernst Fuchs (Marburg) e Hans Conzelmann (Göttingen).
Era defensor da segunda busca ao Jesus Histórico, e sugeriu uma apertada relação entre Jesus e a teologia da igreja primitiva. Bornkamm se afastou de Rudolf Bultmann, mas as abordagens são semelhantes em muitos aspectos. O trabalho de Ernst Käsemann também é valioso para a compreensão do trabalho Bornkamm. 
Bornkamm destaca-se pela abordagem sucinta e profunda dos temas, associando rigor cientifico com o senso prático decorrente de sua atividade pastoral. Portanto, suas obras tornaram-se pontos de referência tanto para o especialista quanto para a pessoa cristã ativa que quer aprofundar seu conhecimento das Sagradas Escrituras. 
Bornkamm não despreza a base histórica do querigma, mas postula a necessidade hermenêutica de perguntar retroativamente pela prática e mensagem de Jesus, para possibilitar um novo e espontâneo encontro com sua figura e mensagem. 
O livro "Jesus de Nazaré" de Bornkamm, é um dos melhores livros sobre a vida de Jesus que já li.

Bultmann e Bornkamm




Jesus de Nazaré

Diferentemente de Bultmann, Bornkamm não despreza a base histórica do querigma, mas postula a necessidade hermenêutica de perguntar retroatividade pela prática de Jesus, para possibilitar um novo e espontâneo encontro com a sua figura e mensagem. Deriva daí a tarefa que constitui o programa deste livro: buscar a história no querigma dos evangelhos e procurar o querigma nesta história. Para a teologia latino-americana, que tanto enfatiza a importância da práxis para a fé, trata-se de uma perspectiva essencial.

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Pg. 397
Teológica



Bíblia Novo Testamento: Introdução aos Seus Escritos No Quadro da História do Cristianismo Primitivo

Este livro quer ser um esforço para enfrentar algumas questões importantes do NT. E ao mesmo tempo um empenho no sentido de introduzir o leitor em novos métodos da pesquisa bíblica e em novas possibilidades de se interpretar a Bíblia. Este esforço e empenho, na realidade, se conjugam e são interdependentes. A finalidade deste livro é facilitar ao moderno leitor achegar-se ao Novo Testamento. Às vezes, porém, quando o assunto o exigir, o resultado poderá ser exatamente o contrário: as coisas parecerão até mesmo mais complicadas e difíceis do que anteriormente. Para muitos de nossos contemporâneos, o Novo Testamento é obviamente um livro fechado.
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Pg. 190
Teológica



Paulo Vida e Obra

Günther Bornkamm como discípulo de R.Bultmann, é um dos mais destacados pesquisadores do Novo Testamento na segunda metade do século XX. Ele lecionou em Göttingen e especialmente em Heidelberg. O livro de G.Bornkamm sobre Paulo é um verdadeiro clássico da pesquisa sobre Paulo. Foi publicado em 1969 e continua valendo até hoje como boa e confiável introdução à vida e à teologia de Paulo. Bornkamm faz uso das sete cartas indiscutivelmente paulinas e de Atos dos Apóstolos para construir, na primeira parte do livro, uma biografia de Paulo. Na segunda parte são apresentadas os temas teológicos centrais de Paulo, sendo que a doutrina da justificação constitui o centro.

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Pg. 417
Academia Cristã






David Rubens


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

96 - Gerd Theissen



     Nascido em 1943, na Alemanha. Estudou teologia em Bonn, recebeu o título de especialista em Novo Testamento (1972). Professor do Novo Testamento, em Copenhague (1978-1980) e desde 1980 na Universidade de Heidelberg. Pertence à Igreja Evangélica. Entre suas obras traduzidas para o português destacam: Sociologia do movimento de Jesus, de 1979; Estudos de sociologia do cristianismo primitivo, 1985; Contexto colorido e histórica local nos Evangelhos, 1997; O Jesus Histórico de 1999 e A religião dos primeiros cristãos, de 2002.







terça-feira, 21 de janeiro de 2014

95 - Joachim Jeremias




Joachim Jeremias (20 de setembro de 1900 - 6 de setembro 1979) foi um teólogo alemão, professor universitário de Novo Testamento. Ele era abade de Bursfelde, 1968-1971. Nasceu em Dresden e passou seus anos de formação em Jerusalém, onde, entre 1910 e 1918, seu pai, Friedrich Jeremias (1868-1945), trabalhou como reitor da Igreja Luterana do Redentor. Estudou teologia luterana e línguas orientais nas universidades de Tübingen e Leipzig. Em Leipzig obteve título de Doutor em filosofia (1922) e teologia (1923), e livre docência em (1925). Seu mentor foi o renomado Gustaf Dalman.
Depois de outras missões de ensino, Jeremias foi nomeado em 1935 para a cadeira de estudos do Novo Testamento na Universidade Georg-August de Göttingen, onde lecionou até sua aposentadoria em 1968. Em 1976, mudou-se de Göttingen para Tübingen, onde morreu em 1979.
Suas pesquisas e publicações cobriram uma área ampla, variando de histórico e arqueológico de estudos literários e filosóficos. Eles se concentram na Bíblia hebraica e textos rabínicos relevantes para uma análise crítica do Novo Testamento, a fim de reconstruir o ambiente histórico de Jesus em toda a sua complexidade, para fornecer uma compreensão mais profunda de sua vida e ensinamentos.
Suas realizações encontrou reconhecimento nacional e internacional, reconhecido pela admissão na Academia das Ciências de Göttingen, em 1948, e o prêmio de doutor honoris causa das universidades de Leipzig, St Andrews (Escócia), Uppsala (Suécia) e Oxford (Grã-Bretanha). Ele também foi feito um membro da Royal Dutch Academy of Sciences e da Academia Britânica. Finalmente, em 1970, foi feito membro honorário da Deutsche Verein zur Erforschung Palästinas ( associação alemã para a pesquisa sobre a Palestina).

Jeremias trabalhou com Wilhelm Schneemelcher em revisões da coleção Hennecke-Schneemelcher dos Apócrifos  do Novo Testamento.
Eu tenho, e já li todos estes livros de Joachim Jeremias. 














segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

94 - Georg Fohrer



Georg Fohrer (6 de setembro de 1915 em Krefeld , † 4 de dezembro de 2002, em Jerusalém) foi um alemão teólogo e professor de Estudos do Antigo Testamento.
Fohrer nasceu em 6 de Setembro em 1915 em Krefeld. Estudou de 1934-1938 teologia protestante e religião comparada nas universidades de Marburg e Bonn. Recebeu o título de doutor em filosofia em 1939 (O Caminho Sagrado: Uma investigação Estudos Religiosos), Doutor em teologia 1944 (Os atos simbólicos dos profetas do Antigo Testamento). Fohrer iniciou a carreira docente em Manburgo em 1949, em 1954 foi promovido a professor associado. Nos anos 1954-1962, ele assumiu um cargo de professor na Faculdade de Teologia Protestante da Universidade de Viena. Em 1962 ele recebeu uma nomeação na Friedrich-Alexander-University Erlangen-Nuremberg, onde permaneceu até sua aposentadoria em 1979.
Após sua aposentadoria Fohrer se converteu ao judaísmo e viveu em Jerusalém, onde morreu após uma doença longa e séria em 2002.

Fohrer recebeu diplomas honorários das universidades de Marburg, Aberdeen e St. Andrews e membro honorário de várias sociedades científicas. Além de suas publicações, que foram traduzidos em várias línguas, Fohrer também foi (co-) editor dos comentários Zurique Bíblia, a Enciclopédia Teológica e Jornal de Estudos do Antigo Testamento (ZAW). O último foi sob a direção de John Hempel

História da Religião de Israel
A obra de Georg Fohrer gira em torno dos temas gêmeos da soberania e comunhão divinas com o ser humano. Essas duas idéias ajudou a manter em equilíbrio adequado a natureza divina, a história humana, e a comunidade individual e humana. A obra de Fohrer não sente qualquer dificuldade em afirmar a normativa da teologia do AT e em oferecer longas aplicações para o mundo de hoje. Desse modo ele enfatiza a importância do AT para a igreja.





93 - Werner Kümmel



Werner Georg Kümmel nasceu em 1905, na cidade de Heidelberg, Alemanha. Com 23 anos concluiu o seu doutorado e aos 27 tornou-se professor em Zurique, Suiça. Depois da segunda Guerra Mundial voltou para a Alemanha e ensinou nas universidades de Mainz e de Marburg, onde substituiu o renomado teólogo Rudolf Bultmann. Faleceu em 1995 em Mainz aos 90 anos de idade.
Kümmel é considerado um dos maiores especialistas do Novo Testamento, depois de Bultmann.


Síntese Teológica do Novo Testamento

Existem obras que resistem ao desgaste pelo tempo. A Síntese Teológica do Novo Testamento, de Werner Georg Kümmel, pertence a essa categoria. Lançado em 1969 na versão original alemã, sofreu várias reedições e foi traduzido para o inglês, italiano e japonês. É um livro amplamente difundido e disponível para um público ecumênico, no sentido literal da palavra; é uma obra científica, todavia redigida em estilo acessível até mesmo ao leigo em teologia. É considerada até hoje referência obrigatória na matéria.
 O respeito devotado pelos exegetas e especialistas do Novo testamento a Kümmel é devido ao rigor metodológico na pesquisa, à autonomia de posição e à clareza de seus discursos. Embora fosse herdeiro da cátedra de Bultmann, jamais se alinhou à escola do grande mestre nem a qualquer outro: desenvolveu seu próprio perfil, mas ele o fez em diálogos.
É impossível reproduzir em poucas linhas a riqueza desta Síntese. Isto tanto no que diz respeito aos detalhes, quanto à concepção em geral. Mesmo sendo um livro com propósitos históricos, empenhado em elaborar a teologia das principais testemunhas do Novo testamento, ele não deixa de construir a fé e de motivar ao testemunho hoje.

Introdução ao Novo Testamento


   Kümmel revela o equilíbrio do cientista ao dizer que os amigos da investigação crítica não ficarão satisfeitos com os resultados nem sempre definitivos da sagrada escritura. Aqueles que se habituaram a encará-la, exclusivamente, com olhos de piedosa devoção, serão ofendidos com a liberdade de investigação.

92 - Ernst Käsemann




     Ernst Käsemann (1906-1998), teólogo luterano e professor de Novo Testamento em Mainz (1946-1951), Göttingen (1951-1959) e Tübingen (1959-1971).
Käsemann obteve seu PhD em Novo Testamento na Universidade de Marburg, durante 1931, tendo escrito uma dissertação sobre Eclesiologia Paulina, com Rudolf Bultmann como seu orientador de doutorado. Käsemann foi um dos alunos de Bultmann mais conhecido.
Käsemann se juntou a Igreja Confessante em 1933, no mesmo ano, foi nomeado pároco em Gelsenkirchen, em um bairro habitado principalmente por mineiros. Durante 1939, ele completou sua habilitação, que o qualificou para ensinar em universidades alemãs, sua tese foi sobre o Novo Testamento Epístola aos Hebreus.
Käsemann foi posteriormente servir como soldado. Voltou ao seu trabalho teológico, durante 1946, depois de vários anos no exército e como prisioneiro de guerra.
Käsemann inaugurou a conhecida “New Quest para o Jesus histórico” (Nova Busca ao Jesus Histórico), uma nova fase de interesse acadêmico em trabalhar o Jesus Histórico. Käsemann efetivamente começou esta fase, quando ele publicou seu famoso artigo “O Problema do Jesus histórico”, durante 1954, aula inaugural como professor em Göttingen, em 1953.
Käsemann levou a apocalíptica judaica, mais a sério do que a maioria de seus colegas contemporâneos e pensou que fosse de importância vital para uma leitura de Paulo. Na verdade, ele famosamente descreveu apocalíptica como "a mãe da teologia cristã". O comentário de Käsemann sobre a Epístola de Paulo aos Romanos, publicado pela primeira vez em 1973, tornou-se um padrão de trabalho para essa geração.
Sua filha, Elisabeth Käsemann, foi sequestrada pelas forças de segurança na Argentina durante a ditadura militar e posteriormente desapareceu. Acredita-se que ela foi assassinada em torno de 24 de março de 1977.


Ernst Käsemann recebeu o título de doutor honoris causa das universidades de Marburg, Durham, Edimburgo, Oslo e Yale.


Perspectiva Paulinas

Ernst Käsemann foi aluno de Bultmann, mas preferiu seguir a linha histórica a filiar-se a corrente que se deixa influenciar pela filosofia existencialista. Tem por hábito estabelecer firmemente os dados filológicos e históricos do texto bíblico, antes de procurar o sentido teológico. Em decorrência de uma longa experiência (quinze anos) pastoral entre os mineiros de Ruhr, não consegue mais tratar a teologia separada da história, como se tratasse apenas de um exercício acadêmico de professor. Além disso, a última guerra tornou muito aguda para ele a exigência de pregar um cristianismo vivo e atualizado, haurido nas fontes puras dos textos.
Perspectivas Paulinas não é um esboço de teologia paulina, mas uma tentativa de reunir, com um método novo e sob um ponto de vista diferente, alguns de seus aspectos mais importantes. Käsemann sustenta que o Apóstolo expõe uma antropologia acabada, a qual, estranhamente, foi mitigada ou mesmo abandonada já pelos seus discípulos. Este fato deve ser explicado antes de se examinar a posição de Paulo no contexto da mensagem bíblica. A harmonização não aproveita nem à teologia, nem à exegese, as quais, para não caírem no óbvio ou nos preconceitos correntes, não devem perder de vista o concreto.


A fé no Deus que justifica o ímpio, pregada apaixonadamente por Paulo, rompe com o domínio da lei, também as estruturas religiosas e os laços ou as limitações sociais que vigoravam até então. Se eles são reconhecidos e mantidos, constituem apenas o âmbito dentro do qual o cristão deve mostrar a libertação das forças que, o haviam escravizado, e o domínio exclusivo de Jesus.

Prof. David Rubens

sábado, 18 de janeiro de 2014

91 - Hermenêutica como apropriação: algumas sugestões

Toda interpretação de um texto é comandada pela pergunta que se lhe faz, pela maneira como se interroga este texto. Se não lhe perguntarmos nada, os textos ficam mudos. Em outras palavras, toda interpretação supõe uma “revelação viva” do interprete à “coisa” que procura descobrir. Uma espécie de convivência com ela. Essa relação pode, aliás, ser de natureza muito diversa: determinada pela natureza manifesta do documento ou por certos interesses que tem o próprio intérprete. O interesse pode, por sua vez, se situar de maneira mais ou menos profunda na existência do pesquisador.
Pode-se, pois, dizer que não há exegese sem “pressuposição”. Dever-se-á distinguir energicamente “pressuposição de “preconceito”. A pressuposição de que se fala aqui consiste antes na arte de um justo equilíbrio de sua finalidade em função da realidade visada e principalmente da abertura ativa que se pode implicar da parte do que a procura atingir.


O relacionamento vivo com a realidade em questão num determinado texto é particularmente necessário quando se trata da Bíblia. Aquilo de que fala a Bíblia interessa ao leitor com maior intensidade. Não se trata apenas de uma verdade qualquer, mas de um tipo de verdade que pretende iluminar toda a vida.

Prof. David Rubens

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

90 - Grandes Pesquisadores da Bíblia na Internet

James D G Dunn














Erhard S. Gerstenberg
















Israel Finkelstein















John Dominic Crossan














N. T. Wright









Pesquisadores do Jesus Histórico


89 - Lançamentos sobre o Jesus Histórico

A pesquisa do Jesus Histórico!

Giuseppe SEGALLA
  
O Autor, um dos intelectuais mais prestigiosos dedicados à pesquisa do Jesus histórico, apresenta uma síntese de seus estudos. Na Introdução, responde às perguntas: “por que é necessária a crítica histórica para reconstruir o Jesus histórico?”; e: “A pesquisa sobre Jesus é necessária para a cristologia?”. Também focaliza, nesta abertura metodológica a distinção entre “realidade histórica, história, historiografia e historicidade” (frequentemente negligenciada por muitos autores, mesmo sérios acadêmicos) e: “As categorias utilizadas na pesquisa do Jesus histórico”. Na primeira parte ou capítulo, “Quadro fenomenológico e ponto de partida”, o Autor procura fornecer uma ideia clara do que está acontecendo na pesquisa contemporânea sobre nosso tema, e fornece ao leitor “o ponto de partida e a sua justificação crítica”. O segundo capítulo recorda e critica “o paradigma iluminista da primeira pesquisa (1778-1906)”, com seu prolongamento: “Neoliberalismo social: Jesus em seu ambiente”. A transição é apresentada em dez páginas intermediárias: “Entre o paradigma iluminista e o início do querigmático (1900-1950)”; o que nos leva ao capítulo 4: “O paradigma querigmático da nova pesquisa” “A fuga da história de Jesus; “O retorno à história”; “O Jesus histórico e o Cristo do kérigma”). O capítulo 5 é particularmente interessante: “O paradigma judaico pós-moderno (1985-). O 6º e último capítulo nos introduz em: “A segunda vertente da terceira pesquisa: o Jesus lembrado e o Jesus testemunhado”, com um “Epílogo” desafiador: “A historicidade do Quarto Evangelho e a necessidade de integrá-lo na pesquisa do Jesus histórico”. A extensa bibliografia, as notas de rodapé e o índice onomástico atestam que este não é um livro apenas de boa divulgação, mas o fato do seu Autor ter uma longa história em salas de aula e na orientação de teses faz com que nunca ele escorregue para certo hermetismo, muito característico – infelizmente – de autores científicos, que não falam para o grande público, mas apenas para colegas. Assim este livro será útil para acadêmicos, estudantes e também para todo aquele que se interessar na historicidade dos Evangelhos, no Jesus histórico.

Giuseppe SEGALLA
Giuseppe Segalla é professor emérito do Novo Testamento na Faculdade Teológica da Itália Setentrional e da Faculdade Teológica de Triveneto. Desde 1975, é membro da Society for New Testament Studies e, durante dez anos (1985-1995), foi membro da Pontifícia Comissão Bíblica. 





Jesus em nova perspectiva
O que os estudos sobre o Jesus histórico deixaram para trás
James D. G. Dunn


Dunn examina a fundo a tradição de Jesus em sua forma original como tradição oral. O impacto da fé, a natureza da comunicação oral e um foco sobre o Jesus ‘característico’ destacam-se em um contexto em que a fé é por vezes desvalorizada, as críticas da forma e da redação imperam e o Jesus ‘dissimilar’ é tratado como o Jesus autêntico. Esta obra traz o equilíbrio necessário a um estudo de Jesus que normalmente é confuso.


James D. G. Dunn, professor emérito da Universidade de Durham, Reino Unido.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

88 - Dicionário Enciclopédico da Bíblia

Há mais de meio século, as sucessivas edições do Dicionário Enciclopédico da Bíblia, em diversas línguas, mostram-se instrumentos da maior utilidade.
A presente edição brasileira baseia-se na terceira edição em língua francesa, de 2002. O aspecto conciso não impede a diversidade dos assuntos bíblicos tratados: os livros bíblicos canônicos e  apócrifos, os nomes geográficos, os personagens, a fauna e a flora, os minerais, os objetos e utensílios do culto e da vida cotidiana, as instituições políticas e religiosas, as comunidades, as línguas bíblicas, as principais traduções, os grandes conceitos teológicos e antropológicos, a investigação bíblica científica, o contexto sócio-histórico-cultural, a arqueologia, as modernas “leituras” da Bíblia...
Um livro que não pode faltar na estante do estudioso.

Pe. Johan Konings

 Johan Konings é Padre jesuíta nascido na Bélgica, professor titular da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE, em Belo Horizonte.

Conselho científico: Pierre-Maurice Bogaert, Matthias Delcor, Edmond Jacob, Édouard Lipinski,  Robert Martin-Achard, Joseph Ponthot
Coordenação e Direção: Jean Bajard, Michel Defossez, Joseph Longton, R. - Ferdinand Poswick, Guy Rainotte
Colaboradores: mais de 200 biblistas
Páginas: 1500
- Academia Cristã
- Paulus
- Loyola
- Paulinas 


Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.