segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

92 - Ernst Käsemann




     Ernst Käsemann (1906-1998), teólogo luterano e professor de Novo Testamento em Mainz (1946-1951), Göttingen (1951-1959) e Tübingen (1959-1971).
Käsemann obteve seu PhD em Novo Testamento na Universidade de Marburg, durante 1931, tendo escrito uma dissertação sobre Eclesiologia Paulina, com Rudolf Bultmann como seu orientador de doutorado. Käsemann foi um dos alunos de Bultmann mais conhecido.
Käsemann se juntou a Igreja Confessante em 1933, no mesmo ano, foi nomeado pároco em Gelsenkirchen, em um bairro habitado principalmente por mineiros. Durante 1939, ele completou sua habilitação, que o qualificou para ensinar em universidades alemãs, sua tese foi sobre o Novo Testamento Epístola aos Hebreus.
Käsemann foi posteriormente servir como soldado. Voltou ao seu trabalho teológico, durante 1946, depois de vários anos no exército e como prisioneiro de guerra.
Käsemann inaugurou a conhecida “New Quest para o Jesus histórico” (Nova Busca ao Jesus Histórico), uma nova fase de interesse acadêmico em trabalhar o Jesus Histórico. Käsemann efetivamente começou esta fase, quando ele publicou seu famoso artigo “O Problema do Jesus histórico”, durante 1954, aula inaugural como professor em Göttingen, em 1953.
Käsemann levou a apocalíptica judaica, mais a sério do que a maioria de seus colegas contemporâneos e pensou que fosse de importância vital para uma leitura de Paulo. Na verdade, ele famosamente descreveu apocalíptica como "a mãe da teologia cristã". O comentário de Käsemann sobre a Epístola de Paulo aos Romanos, publicado pela primeira vez em 1973, tornou-se um padrão de trabalho para essa geração.
Sua filha, Elisabeth Käsemann, foi sequestrada pelas forças de segurança na Argentina durante a ditadura militar e posteriormente desapareceu. Acredita-se que ela foi assassinada em torno de 24 de março de 1977.


Ernst Käsemann recebeu o título de doutor honoris causa das universidades de Marburg, Durham, Edimburgo, Oslo e Yale.


Perspectiva Paulinas

Ernst Käsemann foi aluno de Bultmann, mas preferiu seguir a linha histórica a filiar-se a corrente que se deixa influenciar pela filosofia existencialista. Tem por hábito estabelecer firmemente os dados filológicos e históricos do texto bíblico, antes de procurar o sentido teológico. Em decorrência de uma longa experiência (quinze anos) pastoral entre os mineiros de Ruhr, não consegue mais tratar a teologia separada da história, como se tratasse apenas de um exercício acadêmico de professor. Além disso, a última guerra tornou muito aguda para ele a exigência de pregar um cristianismo vivo e atualizado, haurido nas fontes puras dos textos.
Perspectivas Paulinas não é um esboço de teologia paulina, mas uma tentativa de reunir, com um método novo e sob um ponto de vista diferente, alguns de seus aspectos mais importantes. Käsemann sustenta que o Apóstolo expõe uma antropologia acabada, a qual, estranhamente, foi mitigada ou mesmo abandonada já pelos seus discípulos. Este fato deve ser explicado antes de se examinar a posição de Paulo no contexto da mensagem bíblica. A harmonização não aproveita nem à teologia, nem à exegese, as quais, para não caírem no óbvio ou nos preconceitos correntes, não devem perder de vista o concreto.


A fé no Deus que justifica o ímpio, pregada apaixonadamente por Paulo, rompe com o domínio da lei, também as estruturas religiosas e os laços ou as limitações sociais que vigoravam até então. Se eles são reconhecidos e mantidos, constituem apenas o âmbito dentro do qual o cristão deve mostrar a libertação das forças que, o haviam escravizado, e o domínio exclusivo de Jesus.

Prof. David Rubens

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.